sexta-feira, 19 de julho de 2013

Licenciada. sem orgulho

- Dá licença ?
- Está licenciada!
 

   Ora bem, olhando para mim três anos depois devo dizer que tenho menos cabelos, menos ferro (o aparelho foi-se, e menos paciência. No entanto, e balançados os prós e os contras devo dizer que saio vencedora.
   Relativamente a aspetos negativos, as cadeiras foram uma verdadeira desilusão e nem pensem que já sei ser professora. Se quiserem testar-me podem sempre por-me numa sala com 20 garotos: vai ser desastroso. Não vou saber o que ensinar, nem como e posso apostar com vocês que serei a primeira a abandonar a sala mal a campainha toque.
 Outra das coisas que aprendi é que os professores universitários, salvo algumas excepções,são aqueles seres que depositam a matéria na plataforma académica que não fazem as avaliações no tempo a que se compremeteram e que não podemos confiar-lhes a orientação de qualquer trabalho, muito menos prático (fala a voz da experiência que orientou o seu próprio estágio). Outra das situações negativas são as (tão previsiveis) constantes "picardias" entre colegas de curso ( são muitas raparigas dentro do mesmo espaço). Aprendi que não se devem fazer trabalhos na véspera, porque às 4.00 da manhã eles vão-nos desaparecer do computador e teremos de começar de novo. 
Passando às partes positivas destes 3 aninhos. Em primeiro lugar: as AMIZADES que construí. Entre afilhadas e madrinha de curso, com quem obviamente se criei laços para a vida, tive também a oportunidade de conhecer duas colegas de trabalho e ombros amigos que me aturaram,a  todos os níveis, desde o primeiro trabalho do primeiro ano ao ultimo do terceiro ( não sei bem como conseguiram). Lembro-me também de um grupo de 7 amigos, tão diferentes, mas tão amigos. De colegas de outros anos que não o meu, que me guiaram e acalmaram nas horas de aflição académica. E também colegas de outros cursos, como CT e mecânica e também alguns de erasmus.
  Em segundo lugar: a experiência, que foi o frequentar esta universidade, este curso. Tudo o que aprendi, que mudou completamente a visão que tinha sobre a educação, até mesmo sobre o mundinho que me rodeia. Aprendi a ser menos impulsiva, mais hipócrita ( porque também é necessário ser), menos infantil, a moldar-me (minimamente) às pessoas com quem tive de me relacionar.
Em terceiro lugar: o AMOR. O amor foi uma "doença" que apanhei no ano em que entrei na universidade, e que se tem vindo a instalar-se em mim e a ganhar a categoria de doença crónica. O nome da minha doença chama-se Diogo e faz-me rir, estando ou não presente, dá-me borboletas na barriga e dores na cabeça. Não quero, nem vou procurar  a cura ;)
   E pronto, sou uma rapariga licenciada, não que me valha de muito, porque uma licenciatura em educação básica não tem qualquer mérito nem saída no nosso país.


segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

A Saudade

Ás vezes, tenho a sensação de que te vejo passar, que ouço a tua gargalhada e as tuas frases carregadas de sotaque nortenho. E sei que é mentira, é o meu subconsciente que me leva para ti, é o apoderar da saudade, que me vence em dias de cansaço.
  Sinto-lhe a perfídia, como se me quisesse relembrar de que a tua cidade não é mais a minha cidade, que os lugares que nos eram comuns, estão agora recheados de recordações que eram nossas.
 Foste abrigo de dramas desnecessários, foste colo em horas difíceis, foste reclamadora nas alturas adequadas, foste um "anjinho" guiador.
 E agora cá ando, como sempre, aos trambolhões, tropeçando sempre na ideia de que um dia voltarás, de que um dia iremos a Marte e que um dia voltarás a ser a melhor madrinha que já tive.

A palavra saudade é tua, saudade és tu.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Despedida

Enrolam-se pensamentos, somam-se palavras, o meu relógio parou, e não o sei pôr a andar. Busco em ti algo de mim, um restolho, e julgo nada encontrar, como me perdes assim, algo que dizias que tanto gostar.
   Vou sorrindo, (sobre)vivendo, e dia a dia, recuperando. Olho à volta e vou deixando de te ver, de te cheirar, de te imaginar... Outros pensamentos vão-me distanciando. Cairás no esquecimento de forma pacífica, nunca não dolorosa. Não me revoltarei com as tuas ultimas palavras a mim dirigidas.
   Perderei, aos poucos, a desconfiança de que um dia voltarás, porque tu és uma melodia acabada, algo banal, que guardarei na pasta que diz respeito a musicas que já nem oiço,
  Deixei em ti tanto de mim, mas parece que não o guardaste. Desta vez, e talvez só desta, eu não merecia palavras que me fragmentaram.
   E agora, que me perdes em ti, que me encaixas num poço, para de lá não mais me tirares, eu ganho asas e voo de ti.
   Serei sem ti, como nunca antes soube ser.

Adeus gaivota, a (nossa) primavera findou.