Enrolam-se pensamentos, somam-se palavras, o meu relógio parou, e não o sei pôr a andar. Busco em ti algo de mim, um restolho, e julgo nada encontrar, como me perdes assim, algo que dizias que tanto gostar.
Vou sorrindo, (sobre)vivendo, e dia a dia, recuperando. Olho à volta e vou deixando de te ver, de te cheirar, de te imaginar... Outros pensamentos vão-me distanciando. Cairás no esquecimento de forma pacífica, nunca não dolorosa. Não me revoltarei com as tuas ultimas palavras a mim dirigidas.
Perderei, aos poucos, a desconfiança de que um dia voltarás, porque tu és uma melodia acabada, algo banal, que guardarei na pasta que diz respeito a musicas que já nem oiço,
Deixei em ti tanto de mim, mas parece que não o guardaste. Desta vez, e talvez só desta, eu não merecia palavras que me fragmentaram.
E agora, que me perdes em ti, que me encaixas num poço, para de lá não mais me tirares, eu ganho asas e voo de ti.
Serei sem ti, como nunca antes soube ser.
Adeus gaivota, a (nossa) primavera findou.
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