segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

A Saudade

Ás vezes, tenho a sensação de que te vejo passar, que ouço a tua gargalhada e as tuas frases carregadas de sotaque nortenho. E sei que é mentira, é o meu subconsciente que me leva para ti, é o apoderar da saudade, que me vence em dias de cansaço.
  Sinto-lhe a perfídia, como se me quisesse relembrar de que a tua cidade não é mais a minha cidade, que os lugares que nos eram comuns, estão agora recheados de recordações que eram nossas.
 Foste abrigo de dramas desnecessários, foste colo em horas difíceis, foste reclamadora nas alturas adequadas, foste um "anjinho" guiador.
 E agora cá ando, como sempre, aos trambolhões, tropeçando sempre na ideia de que um dia voltarás, de que um dia iremos a Marte e que um dia voltarás a ser a melhor madrinha que já tive.

A palavra saudade é tua, saudade és tu.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Despedida

Enrolam-se pensamentos, somam-se palavras, o meu relógio parou, e não o sei pôr a andar. Busco em ti algo de mim, um restolho, e julgo nada encontrar, como me perdes assim, algo que dizias que tanto gostar.
   Vou sorrindo, (sobre)vivendo, e dia a dia, recuperando. Olho à volta e vou deixando de te ver, de te cheirar, de te imaginar... Outros pensamentos vão-me distanciando. Cairás no esquecimento de forma pacífica, nunca não dolorosa. Não me revoltarei com as tuas ultimas palavras a mim dirigidas.
   Perderei, aos poucos, a desconfiança de que um dia voltarás, porque tu és uma melodia acabada, algo banal, que guardarei na pasta que diz respeito a musicas que já nem oiço,
  Deixei em ti tanto de mim, mas parece que não o guardaste. Desta vez, e talvez só desta, eu não merecia palavras que me fragmentaram.
   E agora, que me perdes em ti, que me encaixas num poço, para de lá não mais me tirares, eu ganho asas e voo de ti.
   Serei sem ti, como nunca antes soube ser.

Adeus gaivota, a (nossa) primavera findou.